Maquineta
De acordo com o Museu da cidade de Lisboa, “Os oratórios, na sua forma mais simples, podiam consistir apenas num nicho na parede onde eram colocados os objectos de devoção. Contudo, os mais comuns e de fase mais tardia eram de boa estrutura e talha rica, sendo reproduzidos nos vários estilos em voga.
Os oratórios designados por maquinetas eram caixas
envidraçadas onde se colocavam objectos religiosos (esculturas religiosa, cruzes, jarras, ou outros). Por vezes, estas caixas continham cenas religiosas mais complexas, desenvolvendo verdadeiros cenários múltiplos e composições cénicas.
O carácter religioso e devocional destas obras conferia-lhes importância no arsenal litúrgico, nos enxovais e, ainda, nas casas em geral, dado o luxo de que se poderiam revestir. Assim, em meados do século XVIII, generalizou-se a produção destes prestigiantes objetos. Em geral, estas maquinetas eram colocadas sobre uma mesa ou sobre as melhores cómodas da casa, na sala onde se encontravam as peças de luxo.
Em Portugal, e durante o período barroco, era comum colocá-las sobre bufetes cuidadosamente lavrados e torneados em pau-santo.
A partir de meados do século XVIII, as maquinetas perderam o seu carácter eminentemente devocional para ganharem também um valor decorativo, embora mantendo, naturalmente, o simbolismo religioso que lhes estava inerente.” (Museu de Lisboa)
